19 de março de 2009

Slumdog Millionaire (2008)

Depois do Oscar fiquei resistindo em assistir este filme. Me perguntava: o que os americanos gostaram tanto deste filme?

Na verdade, já vi alguns filmes com temática indiana como "Água" (2005) e "Fogo" (1996) da diretora indiana Deepa Mehta. Ali, se mostraram retratos duros da Índia profunda, ou seja, a cultura do interior, com dificildades econômicas, pouco desenvolvido e com uma cultura de exclusão social altamente incorporada. Nestes relatos não se vê o famoso cinema Bollywood nem o filme que comento aqui Slumdog Millionaire (em português traduzido para "Quem quer ser milhonário?). Recomendo tanto um como o outro, destaco a delicadeza de expor como é o universo feminino nesta cultura.

Bem, tratando-se do diretor Danny Boyle de "Cova Rasa" e "Trainspotting" não poderia entrar no mérito de maneira de relatar a realidade, estas são duas obras primas. Nesta produção, entra a co-direção do indiano Loveleen Tandan que curiosamente trabalhou com Mehta em outro filme dela "Terra". Acho que Tandan conseguiu trazer um pouco da Índia para o filme.

Slumdog literalmente traduzido é cachorro de slum, seria um tipo de sub habitação, mais conhecido como o estilo de favela da Índia. De lá surge o personagem principal: Jamal. O filme mostra sua infância e de seu irmão Salim, seus sonhos, suas vivência numa região miserável. Realmente, o relato é duro e em muitos momentos indignante.

A fotografia é "belíssima" no sentido de edição e cores. Particularmente, acredito que a maneira como se relata a fixação de um povo num tipo de programa de perguntas e respostas em que um jovem pobre ganha 1 milhão e desperta no país adoração evidencia de maneira mais crua a pobreza do que simplesmente mostrando a miséria de sub habitação.

Vale a pena. Mas ainda ressalto que o acredito que os americanos gostaram porque o final é hollywoodiano.

Que vocês acham?

Um comentário:

Janaína disse...

Olá Camila! Concordo com você! É um filme que retrata um pouco do que é a Índia, mas feito para ganhar o oscar. Tem romance, aquele final bolliwoodiano simplesmente surreal, mas muito legal...rsss
Abraços!
Janaína